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quarta-feira, 9 de março de 2011

Seus poemas meus! Para Éolo Yberê Libera

Ganhei estes poemas de um grande amigo e poeta, conhecido no site da Magriça (saudades tantas!)...


Obrigada Éolo, por me ler, por me escrever!


bjks



QUEL

(Para Raquel Donegá que sabe a dor do ofício)

Quando escrevo, Raquel, esqueço os limites

e faço palavras como quem se esgota.

Quando escrevo, Raquel, sou transparente

porque não sei dizer tudo quanto me revela.

Quando escrevo Raquel, queria ser como você

e inventar parâmetros como se as bordas do poema

fossem as margens de oceanos inacabados.

Quando escrevo, Raquel, penso suas palavras

e não consigo fazer do poema a sua história

porque mentimos – você e eu – palhaços

de uma mesma emoção.

Quando escrevo, Raquel

você muda de estado

muda de forma.

E ainda que não me saiba

sabe tudo quanto importa.




Raquel II
A tarde solta
solta você louca
na tarde morta.
E nada que possa
alcançar a graça
de amar a louca
atinge a tarde
rarefeita e parca.
Somos dois
e somos muitos
ainda que não seja tudo,
ao menos que não seja tarde.

Lendo e lembrando:

"Quanto aos meus pobres versos, tanto são para você, quanto são seus. Se quiser publicá-los, eu recebo sua intenção como homenagem, e seu gesto como um abraço de sua generosidade. Eles são o que tenho para partilhar porque minha alma já se fragmentou há muito tempos nas coisas que escrevi e plantei, com profunda concentração, nas margens do caminho.
Nós somos maiores que nossos poemas porque eles cabem dentro de nós e não ao contrário. O verso ruim, é este soluço que o tempo marca em nossa pele para que nos aquietemos. Tenha esperança. Seu verso virá, ainda que não seja agora. É sua sina. Bendita e benfazeja. Uma doce cruz sem Cireneu."

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