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terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Talvez esteja chegando a hora...

Recortes do cotidiano - aos 21 anos...

Pensando estes dias, percebi como cada reconhecido escritor, músico, pintor ou seja lá que artista, manifesta uma característica individual, quase sempre nada básica.

Além do conhecidíssimo amor platônico, temos Dante que se apaixonou por uma mulher aos nove anos de idade e nunca a esqueceu. Nem é necessário citar Picasso, não é? Temos muitos, muitos, muitos outros casos... mas não acho necessário ficar fuçando minha memória só para isso.

O que mais me incomodou foi meu forte desejo de ver reconhecido meu gosto pela poesia. Será que eu preciso de uma excentricidade para isso? Roer unhas nos momentos de estresse não basta? E chorar escondida às vezes? Todo dia? Será mesmo que vou ter que contar pra todo mundo sobre meus amigos imaginários? Não! Nego-me a isso!

Imagina só... “Poeta revela sua mais profunda maluquice”, claro que isso não sairia no jornal, nem em revistas como Tititi e Contigo... ninguém saberia de qualquer forma, porque isso não importa.

Já pensou se eu conto para as pessoas que eu falo comigo mesma no plural? Posso ver o interior das pessoas expresso em suas faces...

Penso que no fim da minha vida vou poder, finalmente, inventar uma personagem completamente equilibrada, inteligente, feliz, apaixonada pela vida, praticante de esportes radicais, viajante nata... e roubar a personalidade dela! Vai ser ótimo! Claro que ela vai ter o mesmo nome que eu, assim ninguém pensa que eu enlouqueci.

Será que ela vai ser parecida mesmo comigo? É, acho que sim, precisa ser...

Outra coisa, eu não quero que ela seja tão extrovertida... ia acabar se revelando para as pessoas, eu quero que ela seja tímida, pelo menos o suficiente para manter um certo ar de mistério que eu não tenho, tenha outra cor de cabelo, prefira o verde ao rosa, e ao invés de poemas, escreva contos.

Ela terá cabelos pretos (hoje já acho q seria loira)... claro que vou ter que apelar para tinta, mas não vejo problemas nisso... porque pelo menos terei uma única personalidade (não estou cogitando se é inventada ou não), melhor que esse monte de malucos que andam por aí com duas ou até mais personalidades. Eu não! Vou ser normal!

Se alguém um dia lesse isso me acharia maluca e poderia até pensar que já sofro de distúrbios psicológicos (senão psiquiátricos), até porque ninguém numa condição normal escreveria tanta abobrinha.


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Mas talvez... talvez esteja chegando a hora...

Destino inevitável

A solidão, ainda que triste
é o único caminho, mesmo que incerto
É como a morte
talvez por isso
busquemos sempre o pra sempre
corremos da morte como quem corre da solidão
porque sabemos que este é nosso destino
inevitável.