Páginas

Quel sou eu?



Raquel Donegá não existe. Não existe para quem nunca a conheceu, nunca a leu, nunca a viu. Raquel Donegá é o pseudônimo de uma alma solta neste mundo, que precisava de nome para poder crescer. Eu não sou Raquel Donegá, ninguém é. Mas esta alma que anda por aqui, nasceu em São Paulo, sonha com o mundo. Vive perambulando por corredores e salas de escolas, buscando ajudar outros a andar também, a conhecer o mundo e a querer o mundo. Eu? Eu acredito na educação como a única forma de evolução. Acredito na educação porque hoje já não podemos acreditar na política nem na economia para a evolução no mundo. Acredito, pois, na educação e em cada indivíduo com o qual converso. Que a poesia nos toque e que não tenhamos nunca medo de crescer. Sou eu: poeta, professora, amiga, mãe, mulher, crítica, sonhadora e tantos quantos adjetivos puderem existir...

 
AUTORRETRATO - 2005
(parafraseando Vinícius de Moraes)

NOME: Raquel. Por quê?
Por novela e livro vistos
No ano em que nasci.
SOBRENOME: Donegá de Oliveira
Donegá da minha mãe
E Oliveira do meu pai.

Sou paulista de Interlagos
Bairro que ainda amo
E ao qual sempre volto.
Fui e sou solteira
E apesar do que se diz
Acho que serei uma boa esposa.

FILHOS: um só (Thanks for God!)
ALTURA: um metro e setenta e três
Alta? Sim, eu sou! A blusa
Eu uso grande mesmo e o pé é 39.
PESO: é um segredo enorme
(Mas que diminui a cada dia...)

Dizem que sou poetisa; professora
Eu o sou, e por concurso (uhuu)
Conselheira por prazer
E nisso eu tenho mais orgulho
Logo serei consultora
(ativa). Sou materialista (muito).

Durmo menos do que gostaria
E mais do que preciso.

Fui tosadora, recepcionista,
Entreguei panfleto no farol
Secretária muito competente
Da Igreja Messiânica
(que é onde eu oro também).
Atualmente dou aulas...
E estudo para ser melhor
Formei-me em Letras,
E disso fiz minha prática.

INFÂNCIA: a melhor que pude ter
Tão maravilhosa
Que ainda hoje sou criança.

Se minha vida pudesse ser outra
Gostaria de ser professora mesmo
Porque nisso me comprazo.

Minhas FRUTAS PREDILETAS
Por ordem de preferência:
Morango, pêssego e manga.

Foi com minha tia, Rosemary
Donegá, poetisa inédita
Que aprendi a fazer versos
(Adorava ler as coisas que ela mostrava)
Tinha quinze anos (acho)
Quando estreei minhas poesias
Numa coletânea santamarense
Da qual nunca vou esquecer.

Meu POEMA PREFERIDO:
“Soneto da fidelidade”,
Infelizmente não é meu.
Dos meus: “Santa”,
A história da libertina.

Cozinho, de ver fazer
E faço coisas deliciosas.
Adolescente, dancei muito
E muito bem, aliás.

AS COISAS QUE MAIS DETESTO:
Fofoca e incompetência,
Ignorância e mentira,
Preconceito e displicência.
“Homem avarento
Ou grosseiro com mulher”

AS COISAS QUE EU MAIS GOSTO:
Meu filho!
E homem inteligente,
homem bonito,
homem elegante
(com prioridade se forem meus hehe)
Meus pais, família e amigos.
Livros, livros, livros.

Não gosto de ser faxineira
Mas gosto de casa limpa
Moro na Capital,
Mas desejo mesmo é a paz interiorana.

Desde os 9 anos
Venho fazendo muitos versinhos
Gosto muito de beber
E bebo bem (hoje menos
Do que há 5 anos atrás)
Minha bebida é o vinho
- Branco e suave.

Gosto muito de dançar
E creio ser essa coisa
A que me faz mais feliz.

Já conheci Salvador,
Curitiba, Brasília
E algumas cidades do litoral.
Mas sonho mesmo é com a França
Portugal também me atiça
E quem sabe, Japão.

Gostaria de morrer no leito,
Sã, consciente e feliz.
E de morte natural.
E depois disso tudo...
Só espero um grande amor
Que deve compreender que sou diversa
de todas as que conheceu...
E nada mais digo (exceto pra quem perguntar)


Autorretrato Interior (2018

Nascida 83, em Santo Amaro, São Paulo, Capital - Grande coisa...
A terra da garoa, dos prédios altos e da cracolândia.
Foi lá que conseguiu uma sinusite crônica
Onde festejou em mil aventuras errantes
E perdeu amigos para muitos vícios
Mas foi lá também que se encontrou.
Encontrou sua fé em igrejas
Em templos ecumênicos e até nos indígenas
Foi católica, messiânica, daimista
Mas na igreja evangélica nunca coube bem.
Chegou até a cogitar que Jesus não lhe via com bons olhos.
Não é agnóstica, pois Deus vive provando que existe
Mesmo quando menos deveria.

É um corpo que dói diariamente, em diversos lugares
Mas aprendeu que se vai doer mesmo
É melhor se movimentar
Então brinca, caminha (não pode correr)
Pega peso e dorme... como dorme!
Escreve e lê desde muito pequena, bem feito!
E disso tirou sua sina: ensinar!
Demorou a perceber que nem todos eram como ela
Achava que aprender era fácil,
Achava que aprender era natural
Achava que aprender era sempre bom
A escola lhe ensinou que é preciso ensinar a gostar.

Descobriu-se introvertida no meio de sua expansão
Tem necessidade de amigos e de silêncios absolutos
E se hoje gosta mais de café com bolo do que de boteco
É porque descobriu que a mesa une pessoas
Mais do que a cachaça pode separar
Se pudesse escrever como alguém
Roubaria algumas almas
Como Clarisse, Cecília, Quintana
Colocava tudo numa panela
E misturava com João Ubaldo Ribeiro.
É acusada indistintamente de escrever tristezas
Mas tem um humor perene e ácido
Que ora cativa, ora incomoda
E que pode aflorar em situações indiscretas

A menina que fazia bolos pra vender na escola
Entregou panfletos no farol
Tosava e dava banho em cães
Passando pela recepção do dentista
Não desapareceu
Trabalha junto na exaustiva jornada
Mãe, professora, estudante, esposa e amiga
Marcham juntas e alinhadas!
Se a paixão lhe sorriu muitas vezes,
Ela sorriu tantas outras mais
Mas só o amor a laçou de vez
E a fez cativa na prisão que escolheu
Só não sabe lidar com dinheiro
E mal sabe se tem dívidas ou se sobra
Gasta a vida a escrever até com batom,
Imagina com dedos nas teclas e com tinta
E lê muito, especialmente poesia!
Espera morrer feliz
Doente pra poder refletir
E se doer, lhe perguntam...
Que dia se passa sem dor?


Nenhum comentário:

Postar um comentário