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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Feliz e agradecida!

Hoje estou feliz!

Depois de um mês de trabalho interdisciplinar (cognitivo e braçal), conseguimos finalizar o Projeto Halloween com pompas e muito orgulho de ser educadores!

Meu coração está ainda pela garganta, quero gritar, rir, agradecer, abraçar e beijar meus pequenos do CEU Três Lagos que me proporcionaram, depois de 4 anos na educação, o melhor dia (pedagógico) da minha vida!

Enchi meus olhos de lágrimas quando vi aquela criançada, com quem eu grito, rio, estudo, brigo, aprendo e vivo, protagonizando a aprendizagem numa festa que eles fizeram para eles mesmos!

Este espaço aqui não é pra nada... um dia ainda coloco o projeto aqui, com fotos e tudo... tá em fase se preparo, enquanto isso: Obrigada professores: Leila, Ana Paula, Vanilza e Jonathan!
Obrigada meninos e meninas que me fizeram tão feliz!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Ensino de vocabulário

Ensinar? Ensinar... Ensinar!

Conceito complicado esse de ensinar vocabulário. Pode-se ensinar tudo, qualquer coisa, a qualquer pessoa e em qualquer lugar, mas o problema não está em ensinar, o quê da questão está no aprender.

Acredito que seja possível ensinar vocabulário, mas como uma prática cotidiana. É inviável montar um plano de aula tendo como objetivo principal o ensino de vocabulário, mas como objetivo secundário, sempre que executamos a leitura de um texto ou mantemos um diálogo com os alunos estamos ensinando vocabulário para eles, e ampliando seu repertório.

Sugiro, pois, algumas práticas que eu realizo desde que comecei a dar aulas.
O vocabulário de um adulto (especialmente se este tem nível superior) é, geralmente, mais abrangente que o das crianças. Entretanto, não acredito que o professor deva o tempo todo modificar sua forma de falar para lecionar, pois o encontro do vocabulário mais complexo do professor com o vocabulário em processo de enriquecimento do aluno, gera no aprendiz curiosidade e ao depreender o sentido (ou perguntar ao professor o que ele quis dizer) o aluno vai se apropriando de palavras que originalmente não fariam parte do seu repertório.

Conheço muitos colegas que ao começar a dar aula "empobreceram" seu vocabulário, pois ficam sempre em busca de adequá-lo ao de seus alunos, sem perceber que o uso de palavras desconhecidas é rico para eles.

Eu procuro, nesse sentido, trazer pelo menos uma palavra nova ao dia e sempre que possível ler textos com palavras que não façam parte do uso dos alunos.

A piadinha abaixo (talvez infame) mostra o quanto somos receosos diante de novas palavras. Vejamos:

"Organizando as FINANÇAS

Para mostrar ao filho o valor do dinheiro e tentar diminuir suas despesas, a mãe ensinou o menino a escrever uma lista de tudo que gastava com a sua mesada. Um dia, enquanto anotava suas despesas, o garoto disse:
- Sabe mamãe, desde que comecei a anotar tudo que gasto, sempre penso antes de comprar.
A mãe ficou toda contente, até que o filho completou:
- Nunca compro nada que seja difícil de escrever!"

http://atrevidinha.uol.com.br/atrevidinha/beleza-idolos/67/artigo154263-1.asp

Será que nós professores também não acabamos vendendo pros alunos apenas aquilo que é mais fácil de explicar?

Outro modo: é comum que as atividades que desenvolvam vocabulário façam também o uso do dicionário. Mas qual sentido damos de verdade a essa prática? Eu percebi, depois de 2 anos trabalhando com dicionário do jeito que meus professores fizeram comigo (localizar a palavra, copiar os sentidos presentes no caderno e fim) que essa prática nunca me ensinou nada de vocabulário (triste!), então continuei a trabalhar o uso de dicionário com meus alunos, mas eu peço que localizem a palavra, verifiquem pelo contexto qual o significado mais apropriado e anotem apenas aquele que faz sentido.

Pode-se ainda pedir que o aluno construa frases com essa palavra, mas também é preciso pensar se vai haver sentido em tal atividade ou apenas a repetição do vocábulo sem contextualização verdadeira,

É isso...

sábado, 23 de outubro de 2010

PRODUÇÃO TEXTUAL, UMA FACA COM DOIS GUMES

Um bom texto pode ser definido como aquele que atende às necessidades de quem lê, tem linguagem adequada, vocabulário acessível e não extravasa o limite lógico dos erros ortográficos e gramaticais. Deste ponto de vista, é possível atribuir uma importância relativamente grande aos conhecimentos linguísticos quando se pretende produzir um texto. Mas que importância é essa?

Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que para produzir um texto de qualidade, antes mesmo de pensar sobre língua e gramática é preciso pensar sobre aquilo que já se sabe sobre o assunto e se tal saber é suficiente para a produção textual, não sendo, faz jus uma pesquisa antes da escrita.

Em segundo lugar, é preciso saber que tipo de texto se pretende escrever - e pensar no gênero também - para então poder pensar na estrutura do texto e no que o texto pode contribuir para o leitor. Quando se escreve, por exemplo, uma dissertação, é preciso pensar que algo deverá ser discutido, problematizado e pensar em argumentos que levem o leitor a refletir com o texto. Os conhecimentos linguísticos direcionados para a estrutura textual são, pois, de profunda importância, já que se corre o risco de escrever uma historinha, no sentido pejorativo da palavra, ao invés de uma dissertação.

Mas e a gramática? Será necessário dominar todas as regras gramaticais, conhecer todas as classes de palavras, sintaxe, concordância? Sim e não! Embora não seja necessário saber nomear todas as partes, um texto cuja construção não respeita as regras básicas de concordância e regência verbais e nominais, cansa, especialmente àqueles que leem bastante e já internalizaram os usos de tais regras. Nesse sentido, garantir que a ortografia esteja correta, que verbos concordem com seus respectivos sujeitos e que não haja nenhum assassinato linguístico no texto tem um valor inestimável.

Enfim, para a produção textual são importantes os conhecimentos lingüísticos e gramaticais, não em um nível profundo e inatingível – há escritores famosos que odeiam gramática. É preciso não ofender àquele que lê oferecendo a ele um texto mal pensado, mal escrito e que parece ter sido produzido por alguém que sequer conhece o assunto. Assim, produzir um texto bom é uma tarefa trabalhosa, mas gratificante para quem escreve e para quem lê.

Divagações

Hoje li a crônica intitulada “Será que a leitura de jornais nos torna estúpidos?”, do Rubem Alves (o link para ela está lá embaixo). Nessa crônica, ele trata de vários aspectos referentes à leitura, uma obra sem dúvida dialógica e intertextual. Perfeita para ler e para orientar leituras também na sala de aula.

Duas coisas me chamaram atenção nessa crônica, a primeira é que fiquei pensando “Será que eu ensino meus alunos a pensar ou simplesmente oriento o pensamento deles?”. Não sei responder ainda... mas quando eles vão contra algo que digo sinto que estou no caminho certo.

A segunda me tocou ao ler este trecho “Esse gosto pela minúcia escabrosa se deriva da pornografia, que encontra seus prazeres na contemplação dos detalhes sórdidos, que são sempre os mesmos, como o comprovam as salas de “imagens eróticas“ da Internet.” Para Alves o jornal nada mais faz do que dar detalhes que a gente não precisa sobre coisas que a gente também não precisa saber. (PIIIIII!)

Mas a questão da pornografia me fez pensar... é sempre muito complicado explicar para as pessoas a diferença do erotismo e da pornografia. Um amigo, Fabiano Freire, diz que o erotismo é a pornografia com a luz apagada, mas que se acende de vez em quando. A pornografia, ah, a pornografia é a luz acesa o tempo todo, “a contemplação dos detalhes sórdidos” e repetidos.

Quem leu um poema pornográfico leu todos, quem leu um poema erótico, bom, quem leu um poema erótico acendeu a sua própria luz.

http://www.rubemalves.com.br/seraquealeituradosjornaisnostornaestupidos.htm

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Variação linguística na sala de aula


É muito comum, ainda nos dias de hoje, que os professores trabalhem a variação linguística sob a perspectiva do certo e errado na língua, pois acreditasse que a escola deve ser o local que privilegia a aprendizagem da norma padrão (formal ou informal, escrita ou falada). No entanto, é preciso ter cuidado ao promover tal privilégio, pois segundo Bechara (No livro, Ensino de Gramática. Opressão? Liberdade?) é preciso que mais do que um conhecedor de vários idiomas, o aluno se torne poliglota na própria língua, dominando, nesse processo, a forma adequada de usar a própria língua de acordo com o contexto.

Não é necessário, pois, que o professor ensine o aluno a falar como um mineiro, mas sim que o ensine a respeitar alguém que faz uso dessa variante. Aliás, observem a charge a seguir e reflitam sobre o cuidado que devemos ter para não acabar privilegiando as variantes. O professor não deve se apropriar da variante do aluno, sob o risco de causar conflito intelectual (se é que isso existe) ao aluno, que sabe intuitivamente que a forma de um adulto falar (especialmente de professores) é diferente da forma de uma criança ou adolescente.


O curso de Formação de Professores, promovido pela SEE-SP, ofereceu a seguinte aula como proposta para análise e reflexão:

“A professora inicia comentando sobre o texto. Em seguida, pede que os alunos leiam o texto em silêncio. Depois, solicita que os alunos marquem no texto as “palavras erradas” e reescrevam no caderno como seria a escrita correta. Feita essa atividade, começa a ler o texto junto com os alunos em voz alta, comentando as diferenças linguísticas “o chamado erro de português”. O que mais chama a atenção dos alunos e da professora é a forma como as palavras estão registradas no diálogo.

O texto a que o trecho acima se refere é este:
Dois caipiras encontram-se numa praça e conversam:
- Oi cumpadi. CE tá bom?
- Ma ou meno.
- Má o que tá acontecendo. O casório num tá bem?
- É que a Mariazinha num que mais cuida das coisa de casa. Ela diz que tem um tal de feminismo que diz que eu tumem tenho de fazê as coisas. Cumpade, cume é que vô lava ropa? E faze comida?
- Ah cumpade, tenho a solução: arruma outra mulhé para ajuda...
- Hum, boa ideia! Mas será que a patroa vai gostar?
- Bem, se ela reclama, ai o cumpadi diz que ou ela faz, ou a mulhé vai fazê. Ai, pode ter certeza que ela num vai gosta de ter outra mulhé em casa, ai ela vai fazê...
Acredito que o texto trabalhado pela professora ofereça muito mais aspectos a serem discutidos e analisados do que a serem corrigidos. Seria interessante trabalhar essa proposta num momento em que se trabalhasse o gênero CAUSO, por exemplo, pois, em geral, são utilizadas variantes típicas de regiões como Minas Gerais, cidades interioranas, vilas e regiões rurais. Mas parece inadequado solicitar que os alunos façam a correção do texto, pois tal atividade daria a entender que o diálogo está inadequado à situação de uso. Logo, seria mais interessante pedir que os alunos adaptassem o texto a diferentes situações, como dois advogados conversando no escritório, dois senhores de 70 anos conversando sobre suas esposas no Rio Grande do Sul, dois adolescentes reclamando da namorada, etc (Repare quantas alterações teria de ser feitas nesses casos).

Quanto à adequação deste texto em relação ao seu uso na sala de aula, pode-se dizer ele é adequado para introduzir o trabalho com as variações linguísticas, mas a abordagem da professora foi inadequada, pois não favorece a percepção das variantes e ainda as desvaloriza ao solicitar correções (lembremos de que só corrigimos o que está errado!). O objetivo da professora talvez tenha sido o de mostrar que a língua falada pode apresentar diferenças de expressão em relação à língua escrita propagada no ambiente escolar, entretanto, ela só plantou a sementinha do preconceito linguístico. Assim, é preciso sempre deixar muito claro o que se está ensinando e observar o que os alunos estão apreendendo sobre aquilo.

Eu não iniciaria o trabalho com esse texto, pois sempre procuro trazer piadas, charges, HQs, causos ou músicas ao iniciar o conteúdo referente às variações linguísticas. Às vezes, para introduzir o tema, o professor pode entrar na sala usando uma linguagem totalmente inadequada ao gênero AULA (usar gírias por exemplo, ou falar como carioca, ou iniciar falando como um repórter), para causar estranhamento nos alunos, dessa forma, poderá introduzir, antes do tema “variação linguística” o tema adequação linguística, pois ambos devem ser trabalhados paralelamente.

Numa sala bastante participativa, pode-se pedir para que cada grupo de alunos centre-se em um tipo de variação e traga uma música que apresente tal aspecto linguístico. Por exemplo, um grupo traz uma música muito antiga e outra mais nova, para mostrar gírias antigas e as que utilizamos atualmente. Outro grupo traz uma música que apresente uma variante regional do nordeste, enquanto um traz uma música do sul. Pode-se, inclusive, pedir que um grupo procure músicas que contenham neologismos e estrangeirismos, entre outros. Os grupos devem, além da música, apresentar o conceito norteador do trabalho.

Há vários vídeos muito bons abordando o tema no YouTube.

domingo, 10 de outubro de 2010

Projeto Campeonato escolar

Este projeto foi desenvolvido por todos os professores do Ensino Fundamental II, no CEU EMEF Três Lagos. É importante ressaltar que este projeto é extremamente interdisciplinar e deve contar com a colaboração de todos, sob o risco de se tornar apenas "farra" para os alunos.

Este foi o primeiro ano de aplicação deste projeto na escola, a princípio alguns alunos reclamaram e diziam coisas como "Por que é que não fazemos apenas jogos, como sempre?" ou "Precisa de tudo isso pra fazer um campeonato?". É preciso que os professores os orientem, simples perguntas como "o que seria do Corinthians, do São Paulo ou do Palmeiras sem sua torcida?", já mostram aos alunos que mais importante do que vencer é comemorar a vitória, é ter uma equipe e não um time apenas.

O fato é que as equipes que tiveram melhor desempenho nas atividades interdisciplinares, tiveram também um melhor desempenho nos jogos, mesmo com um time com menos preparo físico e esportivo.

Projeto - Campeonato Inter-classes


JUSTIFICATIVA

Tendo em vista os recentes eventos esportivos no panorama mundial, vimos a necessidade de promover um evento interno que trabalhasse aspectos como competição saudável e promoção das habilidades e competências dos alunos nas diversas áreas de desenvolvimento.

Nossos alunos sonham com o mundo esportivo como uma forma de alavancar sua situação social e sair da classe em que se encontram atualmente, sabemos o quanto é importante levá-los a refletir sobre tais aspectos, sendo necessário também que reflitam sobre as formas como a cultura, a política e a sociedade em geral são movimentadas pelo mercado esportivo.

A observação dos esportistas modernos leva a perceber que sua atuação funciona como modelo, de forma que eles se tornam ídolos internacionais à medida que avançam para times e melhoram seus salários. Nesse sentido, queremos trazer estes ídolos para mais perto da realidade dos alunos, de forma que eles percebam que ser um ídolo não decorre apenas da habilidade esportiva e da sorte, mas também de uma rigorosa disciplina, cuidado com o corpo e com a saúde. Assim, ser atleta é o resultado de um processo e não de um mero acaso.

O século XXI é particularmente capitalista, de forma que o esporte deixou de ter a visão romântica e passou a ser um produto deste mundo: uma verdadeira indústria capaz de movimentar milhões por ano. Assim, nossa proposta prevê a aproximação dos modelos de campeonatos mantendo aspectos da competição, mas aproximando-os dos aspectos econômicos e políticos que permeiam este meio. Nesse sentido, aproveitando a proximidade com a Copa do Mundo 2010, prevemos organizar um campeonato interno de futsal masculino e voleibol feminino inter-classes, aproveitando o modelo adotado por competições de forma que faremos abertura, campeonato, premiação e encerramento do evento.

A opção por desenvolver o projeto com dois esportes decorre da clara preferência dos alunos, de um lado os meninos com o futebol, do outro as meninas, com o vôlei.

O período vespertino é composto por alunos de 6º e 8º anos. Devido à diferença de idade destes públicos, julgamos mais apropriado segmentar o campeonato em quatro grupos, de forma que os menores não fossem prejudicados, nesse sentido, prevemos montar equipes baseadas na faixa etária e não apenas nas turmas em que estão inscritos.

Devido ao projeto Sala Verde, já em processo na escola, optamos pela inscrição de cada equipe condicionada à entrega de 100 latinhas de alumínio (lata de refrigerante, suco ou cerveja). O dinheiro arrecadado com a venda dessas latas será revertido em uma festa de comemoração para as equipes campeãs.

Ressaltamos, ainda, que este projeto atende ao que propõem as diretrizes norteadoras da educação fundamental contidas na Lei no. 10.172/01, na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e nas Diretrizes Curriculares para o ensino fundamental, que propõe uma abordagem que valorize o paradigma curricular que possibilita a interdisciplinaridade, abre novas perspectivas ao desenvolvimento de habilidades para dominar esse novo mundo que se desenha (p.17).

OBJETIVO

· Trabalhar os temas futebol, vôlei e campeonato, a partir do ponto de vista histórico, social e econômico por meio de pesquisas voltadas para o surgimento e a efetivação do futebol como esporte olímpico;

· Estimular e promover a discussão dos diversos aspectos do futebol como esporte e como produto do mundo capitalista;

· Estimular o interesse por outros esportes menos mercantilistas;

· Desenvolver e estimular a expressão corporal e artística e o desenvolvimento das habilidades esportivas;

· Aproximar os campeonatos da realidade cultural e social do aluno;

· Planejar e executar tarefas em grupo, valorizando este tipo de aprendizado;

· Desenvolver a coletividade, mostrando que cada sala compõe um time homogêneo em que cada um deverá oferecer e desenvolver aquilo que tem de melhor;

· Contribuir para a integração do aluno com a sociedade em que vive;

· Estimular a curiosidade, a criatividade e o senso crítico.

Por ser uma proposta interdisciplinar, será possível fazer abordagens nas disciplinas de língua portuguesa, matemática, geografia, história, ciências, educação física, artes e inglês.

ATIVIDADES PROPOSTAS

· Pesquisa;

· Inscrição dos times;

· Escolha das cores das equipes (roxo/laranja, vermelho, azul, verde, amarelo, branco, preto);

· Montagem da tabela de jogos;

· Produção de logo do time;

· Produção de grito de guerra por time;

· Produção de material para torcida;

· Jogos inter-classes;

· Apresentação de abertura;

· Ensaios;

· Premiações (melhor jogador e campeão);

· Apresentação de encerramento.

AVALIAÇÃO

Contínua

Instrumentos de avaliação:

v Pesquisa

v Organização

v Comportamento

v Apresentação

PÚBLICO ALVO

Alunos do Ciclo II: 6ºs e 8ºs anos – Período Vespertino

CRONOGRAMA DO PROJETO

Uma semana à Preparação do material

Uma semana à Campeonato

Um dia à Premiação e encerramento do projeto

CRONOGRAMA DA ABERTURA


Período: das 13h30 às 18h20

13h30 às 14h – Organização da torcida e das apresentações

14h às 15h – Abertura do campeonato

Execução do Hino Nacional

Apresentação artística com grupo da região

15h às 15h20 – Intervalo

15h30 às 18h20 – Jogos

LOCAL DE REALIZAÇÃO

· Salas de aula

· Quadra de esportes

· Pátio da escola

RECURSOS

· Barbante

· Cola

· CD Player

· Mesa de som/ equipamentos de som

· TNT para as bandeiras

· Papel crepom para os pompons

· Guache

· Canetinha

· Tubo de PVC (fino) para as bandeiras

· Bandeira do Brasil

· Uniformes









É isso! Boa sorte na sua escola!


terça-feira, 5 de outubro de 2010

Musgo

O musgo

Adoro pisar no musgo
pegar nele
desde criança

Lembro de sentar no quintal
na casa da minha avó
e ficar pisando, depois pegando
coisa de maluco

O musgo é daquelas coisas
que deixam o mundo mais confortável
ele cobre pedras! Puts! Pedras!
e as deixam confortavelmente macias!
(e úmidas, mas isso a gente releva)

O musgo,
o musgo é lindo!

(Vc não precisa concordar comigo... e não, isso não é poesia)

Roteiro de trabalho – Fábula Eleitoral para Crianças




1 Série a que se destina:
3º Ano - EM e/ou 9º ano EF


2 Objetivos:
Desenvolver as competências leitoras e escritoras de textos literários dentro da tipologia narrativa, com presença de argumentação e figuras de linguagem.
Explorar os gêneros fábula e crônica (inter-relacionar os gêneros)
Explorar o texto e a percepção dos conectivos e suas funções
Identificar o tema do texto
Desenvolver leitura crítica e analítica

3 Conceitos explorados:
Elementos da fábula 
Elementos da crônica 
Argumentação 
Conectivos.

4 Reprodução do texto utilizado:

Fábula eleitoral para crianças
Paulo Mendes Campos

Um dia, as coisas da natureza quiseram eleger o rei ou a rainha do universo. Os três reinos entraram logo a confabular. Animais, vegetais e minerais começaram a viver uma vida agitada de surtos eloquentes, manobras, recados furtivos, mensagens cifradas, promessas mirabolantes, ardis, intrigas, palpites, conversinhas ao pé do ouvido.

Entre os bichos era um tumulto formidável. Bandos de periquitos saíam em caravana eleitoral, matilhas de cães discursavam dentro da noite, cáfilas de camelos percorriam os desertos, formigas realizavam comícios fantásticos, a rainha das abelhas passava com o seu séquito, sem falar nos cardumes de peixes, nos lobos em alcatéias pelos montes, nas manadas de búfalos pelas savanas, nas revoadas instantâneas dos pombos-correios.

Todas as qualidades eram postas à prova: a astúcia da raposa, a agilidade dos felinos, o engenho dos cupins, o siso da coruja, o poder de intriga das serpentes, a picardia do zorro, a doçura da pomba, a teimosia do burro, o cosmopolitismo dos ratos.

O leão, o tigre, a pantera, o leopardo e outros queriam derramar muito sangue; pássaros coloridos faziam frente única para indicar um pássaro colorido; já os pássaros que cantam decidiram apontar como candidatos o rouxinol, a cotovia, a patativa; as cegonhas, irresolutas, passavam tardes pensando; os patos s­elvagens desfilavam no céu; as andorinhas, tímidas, buscavam o refúgio das igrejas; e a águia, fascista de nascença, pretendia organizar lá no alto uma conferência de que só participassem as aves de rapina, como o falcão, o condor e o gavião-de-penacho.

Os papagaios viviam a arengar bobagens pelas árvores; a raposa corria as várzeas articulando uma candidatura, ninguém sabia qual; os macacos eram vaiados quando alegavam a semelhança com o homem; o cavalo se insinuou candidato, dado a sua condição de antigo senador. O pavão, escondendo os pés, exibia a cauda; nos brejos, os sapos repetiam slogans monótonos; os jacarés e as tartarugas ressonavam na beira dos rios, que passavam levando sussurros quase imperceptíveis, a conversar as pedras e as ervas das margens; o rato do campo ia de vez em quando se aconselhar com o rato da cidade; os gansos citavam velhos costumes romanos; certos bichos, como o boi e a íbis, invocavam direitos divinos, que não eram muito levados a sério; as hienas e os chacais opinavam por um conselho de notáveis, a ser constituído pelos animais ferozes, que lhe deixavam os restos; até a ameba, coitada, queria ser candidata, dizendo-se a origem da vida.

A mosca azul voava e revoava por todos os cantos. Quem será o rei ou a rainha do universo? De dia, as borboletas andavam como doidas pelos campos, à noite, os vaga-lumes acendiam as suas luzes.

Nas profundezas da terra, o carbono fazia estranhas combinações com o hidrogênio. O diamante e o ouro reluziam de esperança. As estrelas pretendiam uma coalizão de todo o espaço constelado em torno de Vênus, causando ciúmes à Lua.

As flores distribuíam perfumes. Árvores agitadas recebiam recados que os ventos traziam de longe. A floresta pensava eleger não um rei, mas um colegiado de carvalhos, velhos, cheios de experiência. E por toda a flora era um germinar, um brotar, um verdejar, um florescer, os monocotiledôneos discordavam dos dicotiledôneos, os fanerógamos acusavam de hipocrisia os criptógamos. A plena campanha eleitoral com todos os incidentes. Só os ciprestes continuavam fechados em sua indiferença.

A despeito dos interesses em choque, e de tantas contradições, é preciso dizer, a bem da verdade, que o pleito transcorreu com a máxima lisura.

Ao fim de tudo, a escolha não podia ter sido mais feliz, pois os três reinos unidos elegeram a rosa rainha suprema do universo.

Sim, a rosa, a rosa na sua simplicidade tocada de esplendor, presa na sua haste entre o céu e a terra, eterna e efêmera, a rosa, carne, espírito e pó. E para entronizar a rainha, o dia se iluminou com a sua luz mais clara, o mar se fez manso, os pássaros cantaram com inspiração, as árvores se puseram mais verdes e mais altas, as flores vestiram roupagens de gala, os seixos rolaram alegremente nas praias, os juncos das lagoas se inclinaram em reverência, as nuvens se desfraldaram como cortinas de gaze sobre o berilo. No fundo do mar era uma alegria silenciosa e solene como um Te-Deum em uma catedral verde-escuro, os polvos gesticulando em câmara lenta, os peixes e as medusas passando sem barulho.

Entre os seres humanos, só as crianças sabiam que era o dia da entronização da rosa, e nada contaram a ninguém. Mas pelo jardim onde se achava a rosa, expectante no seu recato soberano, passava naquela manhã um homem feio e preocupado. Era um candidato a qualquer coisa, a vereador, a deputado, a Presidente da República, não se sabe ao certo. Distraído com as suas ambições, ele colheu a rainha do universo, que entrou logo a fenecer em suas mãos úmidas. Depois, olhou e viu que se tratava de uma bela rosa, uma rosa digna de se oferecer a uma namorada. Mas ele não tinha namorada. Mal-me-quer, bem-me-quer, mal-me-quer... Ele começou a desfolhar a rosa só para saber se dessa vez seria eleito: à Câmara de vereadores, de deputados ou à curul da Presidência da República, não se sabe ao certo. E a rosa morreu. E foi por isso que o dia se fechou de repente, o céu ficou escuro, os animais uivaram nos bosques, os pássaros sumiram, o vento se desatou sobre o mar agora encapelado, o raio e o trovão tomaram conta da noite sem estrelas, e as crianças na hora do jantar perderam a fome. Tinha morrido a rainha do universo.

Mas nas trevas desabrochou outra rosa para iluminar com a sua beleza o jardim amanhecido.

5 Descrição da proposta:

Visa trabalhar a argumentação presente no texto intitulado Fábula eleitoral para crianças, estabelecendo uma relação intertextual entre os discursos eleitorais e a política atual e a apresentada na obra, por meio da análise do uso de conectivos.

6 Explicação das estratégias a serem utilizadas para o desenvolvimento da proposta:

a. Construção coletiva do conceito de Política, por meio da técnica Brainstorming (tempestade cerebral) que consiste em apresentar uma palavra ou tema aos alunos (na lousa e de forma central) e pedir que verbalizem imediatamente, sem certo e errado, sem julgamentos qualquer associação que lhe vier à mente, o professor deve, nesse processo ir anotando palavras chaves ou ideias chaves que surgiram, incentivando ainda mais manifestações e também anotando-as. O processo não deve durar mais do que três minutos. Seguido a isso, passa-se a construir o conceito, junto com os alunos, num canto da lousa. Mesmo que surjam ideias que não tenham nada a ver com o tema o professor deve anotá-las para que ao final seja feita a seleção, pelos próprios alunos, daquilo que é adequado, ou não.
Sugestão de palavras e temas para iniciar o Brainstorming: eleição; política, presidente; "como se escolhe um presidente?" - "Rei X Presidente" - "Governar para quem?"


b. Distribuição de cópia do texto

c. Discussão do título do texto. Os alunos poderão estranhar, na idade deles, ler um texto intitulado para crianças. Relembrar também o conceito e os elementos da fábula.

d. Explicar aos alunos que não devem se preocupar com os termos desconhecidos, pois eles não interferirão na compreensão final e poderão tirar as dúvidas no final da leitura.

e. Leitura do texto silenciosa seguida de leitura em voz alta, com intervenção do professor nos momentos em que julgar adequado.

f. Após a leitura o professor deve pedir que os alunos expressem suas impressões sobre o texto, especialmente sobre o final.

g. Retomar o título do texto e discuti-lo, questionando se realmente o texto foi escrito para crianças, o porquê, o que ele pode ensinar, etc. Explorar a noção de que apesar de intitulado fábula, trata-se de uma crônica, explorar os elementos da crônica (nas séries apontadas eles já trabalharam com esse gênero). Fazer a relação entre os gêneros e explicar porque o  autor (provavelmente) optou por intitula-lo como fábula.

h. Orientar os alunos a retirar (ou grifar) todas as palavras que façam referência à política.

i. Trabalhar com os alunos os conectivos, baseados no texto abaixo (do curso da Cogeae: Da leitura para Redação):

Gramática e Coesão Textual

O estabelecimento da coesão está ligado ao conhecimento do funcionamento da língua, ou seja, da gramática. Costuma-se associar a coesão ao emprego dos pronomes e à concordância. Entretanto, há muitos outros elementos da língua responsáveis pela coesão em um texto. Algumas palavras atuam especificamente na junção dos elementos do discurso, promovendo o que chamamos de coesão sequencial por junção. Essas palavras ocorrem num determinado ponto do texto indicando o modo pelo qual se conectam as porções que se sucedem.
Apresentamos algumas palavras que estabelecem a ligação, isto é, a junção entre as orações e que tipo de relação que elas estabelecem.

Relação de adição; CONJUNÇÃO
Exemplos:
Chove e faz frio.
Não me arrisco nem arrisco você.
Aí ninguém entra. Nem eu.
Ela é afetada, esnobe. E como representa, parece que está sempre no palco.

Relação de contraste, de desigualdade; CONTRAJUNÇÃO
Exemplos:
Fez o que quis mas levou na cabeça.
Jogou muito bem, contudo não conseguiu o título.
Foi à festa embora estivesse doente.
Depenava frangos e não ganhava nada.
Vou bem mas você vai mal.

Relação de alternância; DISJUNÇÃO
Exemplos:
Ou se usa luva ou se usa anel.
Estude bastante para os exames. Ou você já se esqueceu o que aconteceu no ano passado?

Relação de causa-consequência; CAUSALIDADE
Exemplos:
Não estudou e reprovado.
Ele gritou tanto durante o jogo que ficou rouco.
Falou baixo porque havia uma criança dormindo.
Trabalho aqui porque quero.
Se Paulo é homem então é mortal.

Relação de condição; CONDICIONALIDADE
Exemplos:
Caso a senhora não prestar contas, levaremos o problema ao diretor.
A menos que você seja um conselheiro treinado, deixe a tarefa para um profissional.
Se o trabalho não seguir conforme a instrução, delegue-o a outra pessoa.

Relação de finalidade; MEDIAÇÃO
Exemplos:
Fugiu para que não o vissem.
Saiu cedo para chegar a tempo na reunião.
Secou os cabelos a fim de evitar outro resfriado.

Relação de delimitação; RESTRIÇÃO
Exemplos:
Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.
Comprei os livros que você pediu.

j. Pedir que os alunos localizem no texto, em grupos de quatro alunos, exemplos de elementos coesivos.

k. Pedir que os alunos anotem no papel craft os conectivos encontrados e o número do parágrafo em que apareceram.

l. Colar os papéis craft na lousa, ou na parede e mostrar aos alunos as possíveis diferenças entre um e outro, apontando correções quando necessário. Pode-se criar com a sala uma legenda (com letras ou cores) para cada tipo de relação de coesão e pedir que os alunos a marquem no próprio texto.

m. O professor pode ainda explorar o uso da metáfora neste texto e a presença de substantivos coletivos.

n. O professor pode trabalhar a noção de referente, mas atentando para o fato de que o texto é bastante extenso e no decorrer dele apresenta vários termos que são retomados. Pode-se fazer uso disso para que os alunos localizem as palavras que fazem referência umas às outras, evitando a repetição desnecessária.

o. O uso da pontuação no texto também é interessante, pois a maioria dos alunos não usa adequadamente o ponto e vírgula.

p.Segundo sugestão da professora Silvia Albert, o professor pode ainda trabalhar as características dos animais apresentados na crônica e relacioná-las às figuras do cenário político atual, trabalhando, assim, a crítica e a ironia presentes no texto.

q. Pode-se ainda, segundo ela, trabalhar esses elementos na materialidade do texto, o que significaria um passo a mais no desenvolvimento dos processos de leitura e compreensão dos alunos. Nesse sentido, devemos trabalhar não só os conectivos, mas os operadores argumentativos presentes no texto.

Bibliografia
ANDRADE, C. D.; SABINO, F; CAMPOS, P.M.; BRAGA, R. Para gostar de ler – Volume 5 – Crônicas. São Paulo:Ática, 1980.
MASSETO, Marcos Tarciso. Competência Pedagógica do professor universitário . São Paulo: Simmus, 2003.