A indisciplina sempre foi um tema discutido na escola, sendo geralmente atribuída à postura permissiva (ou evasiva) da família em relação à aprendizagem, aos aspectos relacionados ao relacionamento professor-aluno e ainda à questões de aprendizagem, já que os alunos que apresentam dificuldades cognitivas em geral tem um comportamento que busca mascarar isso.
Observa-se, por exemplo, que, quando a família não tem uma postura ativa e responsável diante das atividades escolares e extra-classe, o aluno reflete essa postura, esperando sempre que outro responda pelas suas ações e lhe dê aquilo que a família não proporcionou. Nesse sentido, caberia ao professor (ou à escola), então, se responsabilizar por todos os aspectos da aprendizagem do aluno?
O mesmo ocorre em relação aos déficits de aprendizagem. Apesar de sinalizarmos para a família que a aprendizagem não está ocorrendo de forma adequada ao nível escolar, os pais não procuram orientação médica ou psicopedagógica para amenizar os problemas. Como o sistema educacional não conta com profissionais capacitados para atender a esses casos, o atendimento de um psicopedagogo seria pago pela família. Mas isso seria possível em bairros nos quais as crianças ainda vão para escola para comer o lanche, ou são matriculadas em escolas selecionadas por oferecer leite ou não?
O fato é que, como não aprendem, a maioria dos alunos com déficit na aprendizagem acaba caindo na indisciplina, pois é a única forma que encontram de “aparecer” na sala de aula enquanto esconder suas dificuldades (dos colegas e do professor).
Apesar disso, nota-se ao longo dos alunos que os professores cuja relação com os alunos é mais estreita, com mais afetividade e responsabilidade, não têm muitas reclamações acerca da indisciplina, pois, em geral, resolvem esses problemas diretamente com os alunos, sem causar constrangimento ou problemas para si mesmo.
Assim, a indisciplina é sim um problema escolar, mas suas causas devem ser investigadas, afim de que os alunos sejam os principais beneficiados no processo de ensino-aprendizagem e não vítimas de um sistema educacional que tende à falência.
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