Em primeiro lugar, é preciso esclarecer que para produzir um texto de qualidade, antes mesmo de pensar sobre língua e gramática é preciso pensar sobre aquilo que já se sabe sobre o assunto e se tal saber é suficiente para a produção textual, não sendo, faz jus uma pesquisa antes da escrita.
Em segundo lugar, é preciso saber que tipo de texto se pretende escrever - e pensar no gênero também - para então poder pensar na estrutura do texto e no que o texto pode contribuir para o leitor. Quando se escreve, por exemplo, uma dissertação, é preciso pensar que algo deverá ser discutido, problematizado e pensar em argumentos que levem o leitor a refletir com o texto. Os conhecimentos linguísticos direcionados para a estrutura textual são, pois, de profunda importância, já que se corre o risco de escrever uma historinha, no sentido pejorativo da palavra, ao invés de uma dissertação.
Mas e a gramática? Será necessário dominar todas as regras gramaticais, conhecer todas as classes de palavras, sintaxe, concordância? Sim e não! Embora não seja necessário saber nomear todas as partes, um texto cuja construção não respeita as regras básicas de concordância e regência verbais e nominais, cansa, especialmente àqueles que leem bastante e já internalizaram os usos de tais regras. Nesse sentido, garantir que a ortografia esteja correta, que verbos concordem com seus respectivos sujeitos e que não haja nenhum assassinato linguístico no texto tem um valor inestimável.
Enfim, para a produção textual são importantes os conhecimentos lingüísticos e gramaticais, não em um nível profundo e inatingível – há escritores famosos que odeiam gramática. É preciso não ofender àquele que lê oferecendo a ele um texto mal pensado, mal escrito e que parece ter sido produzido por alguém que sequer conhece o assunto. Assim, produzir um texto bom é uma tarefa trabalhosa, mas gratificante para quem escreve e para quem lê.
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