Ensinar? Ensinar... Ensinar!
Conceito complicado esse de ensinar vocabulário. Pode-se ensinar tudo, qualquer coisa, a qualquer pessoa e em qualquer lugar, mas o problema não está em ensinar, o quê da questão está no aprender.
Acredito que seja possível ensinar vocabulário, mas como uma prática cotidiana. É inviável montar um plano de aula tendo como objetivo principal o ensino de vocabulário, mas como objetivo secundário, sempre que executamos a leitura de um texto ou mantemos um diálogo com os alunos estamos ensinando vocabulário para eles, e ampliando seu repertório.
Sugiro, pois, algumas práticas que eu realizo desde que comecei a dar aulas.
O vocabulário de um adulto (especialmente se este tem nível superior) é, geralmente, mais abrangente que o das crianças. Entretanto, não acredito que o professor deva o tempo todo modificar sua forma de falar para lecionar, pois o encontro do vocabulário mais complexo do professor com o vocabulário em processo de enriquecimento do aluno, gera no aprendiz curiosidade e ao depreender o sentido (ou perguntar ao professor o que ele quis dizer) o aluno vai se apropriando de palavras que originalmente não fariam parte do seu repertório.
Conheço muitos colegas que ao começar a dar aula "empobreceram" seu vocabulário, pois ficam sempre em busca de adequá-lo ao de seus alunos, sem perceber que o uso de palavras desconhecidas é rico para eles.
Eu procuro, nesse sentido, trazer pelo menos uma palavra nova ao dia e sempre que possível ler textos com palavras que não façam parte do uso dos alunos.
A piadinha abaixo (talvez infame) mostra o quanto somos receosos diante de novas palavras. Vejamos:
"Organizando as FINANÇAS
Para mostrar ao filho o valor do dinheiro e tentar diminuir suas despesas, a mãe ensinou o menino a escrever uma lista de tudo que gastava com a sua mesada. Um dia, enquanto anotava suas despesas, o garoto disse:
- Sabe mamãe, desde que comecei a anotar tudo que gasto, sempre penso antes de comprar.
A mãe ficou toda contente, até que o filho completou:
- Nunca compro nada que seja difícil de escrever!"
http://atrevidinha.uol.com.br/atrevidinha/beleza-idolos/67/artigo154263-1.asp
Será que nós professores também não acabamos vendendo pros alunos apenas aquilo que é mais fácil de explicar?
Outro modo: é comum que as atividades que desenvolvam vocabulário façam também o uso do dicionário. Mas qual sentido damos de verdade a essa prática? Eu percebi, depois de 2 anos trabalhando com dicionário do jeito que meus professores fizeram comigo (localizar a palavra, copiar os sentidos presentes no caderno e fim) que essa prática nunca me ensinou nada de vocabulário (triste!), então continuei a trabalhar o uso de dicionário com meus alunos, mas eu peço que localizem a palavra, verifiquem pelo contexto qual o significado mais apropriado e anotem apenas aquele que faz sentido.
Pode-se ainda pedir que o aluno construa frases com essa palavra, mas também é preciso pensar se vai haver sentido em tal atividade ou apenas a repetição do vocábulo sem contextualização verdadeira,
É isso...
gostei muito desse conceito, me ajudou muito na minha pesquisa.
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