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terça-feira, 14 de setembro de 2010

Proposta de Produção de texto dissertativo

Proposta de trabalho – Texto Argumentativo

1 Série a que se destina: 3º Ano – Ensino Médio

2 Objetivos (para a leitura e produção escrita):

Desenvolver as competências leitoras e escritoras de textos argumentativos dentro da tipologia dissertativa.
Relacionar imagens e texto
Relacionar a dissertação ao seu contexto de produção (interlocutores, finalidade, lugar e momento em que se dá a interação) e suporte de circulação original (geralmente voltado para as provas, mas pode-se pensar em jornais e artigos de opinião que usam a tipologia)
Identificar o tema do texto

Reconhecer os efeitos de sentido provocados pela combinação, no texto, de introdução, argumentos e opiniões

Inferir, a partir de elementos presentes no próprio texto, o uso de palavras ou expressões de sentido figurado.

Aceitar ou recusar as posições ideológicas identificadas nos textos

Estabelecer relações intertextuais entre o texto e outros a que se referem.

Planejar o texto dissertativo: ler os textos oferecidos como suporte, pesquisar outras informações, conhecer o tema de que tratará.

Produzir dissertação, levando em conta o gênero e seu contexto de produção, estruturando-o de maneira a garantir a relevância das partes em relação ao tema e aos propósitos do texto e a continuidade temática.

Revisar e editar o texto.

Produzir título para texto

Identificar os elementos constitutivos do gênero: título, introdução (ancoragem), desenvolvimento (procedimentos argumentativos) e conclusão.


3 Conceitos explorados: linguagem denotativa e conotativa, texto argumentativo (introdução, desenvolvimento e conclusão), procedimentos e recursos argumentativos (exemplificação, explicitação, enumeração e comparação)

4 Reprodução dos textos utilizado (como suporte):
http://www.fuvest.br/vest2007/provas/2fase/por/por06.stm (proposta de redação da Fuvest 2007)

http://www.fuvest.br/vest2007/bestred/502456.stm (texto com boa nota)

http://www.fuvest.br/vest2007/bestred/507909.stm (texto com boa nota)


5 Descrição da proposta:
Esta proposta visa proporcionar aos alunos uma vivência próxima da que será exigida no momento de realização do vestibular. Orientando-os sobre os procedimentos argumentativos a serem usados numa dissertação.

6 Explicação das estratégias a serem utilizadas para o desenvolvimento da proposta:
a. Retomada do conhecimento prévio dos alunos acerca do tema amizade;
b. Distribuição de uma cópia da proposta de redação para que os alunos possam acompanhar a leitura e ter o material para consulta posterior;

c. Leitura da proposta em voz alta, com intervenções dos alunos sobre suas opiniões;

Leitura dos textos modelos expostos no site, atentando para os argumentos e recursos utilizados. É interessante que o professor use estes e outros textos com o mesmo tema (há outro no site da FUVEST) para ilustrar os recursos.

d. Esclarecimento sobre a construção do primeiro parágrafo e dos recursos de introdução.(tanto pode-se trabalhar com a proposta de Sayeg-Siqueira, que aborda a ancoragem e a conceituação no primeiro parágrafo, quando a de Antonio Carlos Viana, que segue abaixo)

ARTICULAÇÃO DO PRIMEIRO PARÁGRAFO

18 FORMAS PARA VOCÊ COMEÇAR UM TEXTO

Ao escrever seu primeiro parágrafo, você pode fazê-lo de forma criativa. Ele deve atrair a atenção do leitor. Por isso, evite os lugares-comuns como: atualmente, hoje em dia, desde épocas remotas, o mundo de hoje, a cada dia que passa, no mundo em que vivemos, na atualidade.

Listamos aqui dezoito formas de começar o seu texto, elas vão das mais simples às mais complexas.

1. Uma declaração - é a forma mais comum de começar um texto. Procure fazer uma declaração forte, capaz de surpreender o leitor.

É um grave erro a liberação da maconha. Provocará de imediato violenta elevação do consumo. O Estado perderá o precário controle que ainda exerce sobre drogas psicotrópicas e nossas instituições de recuperação de viciados não terão estrutura suficiente para atender à demanda. (Alberto Corazza, Isto é, dez. 1995)

2. Definição – é uma forma simples e muito usada em parágrafos-chave, sobretudo em textos dissertativos. Pode ocupar só a primeira frase ou todo o primeiro parágrafo.

O mito, entre os povos primitivos, é uma forma de se situar no mundo, isto é, de encontrar o seu lugar entre os demais seres da natureza. É um modo ingênuo, fantasioso, anterior a toda reflexão e não-crítico de estabelecer algumas verdades que não só explicam parte dos fenômenos naturais ou mesmo a construção cultural, mas que dão, também, as formas de ação humana. (ARANHA, M.L.A.; MARTINS, M. H.P. Temas de filosofia. São Paulo, Moderna, 1992. P. 62)

3. Divisão – o autor separa duas ideias explicando-as no parágrafo que segue.

Predominam ainda no Brasil duas convicções errôneas sobre o problema da exclusão social: a de que ela deve ser enfrentada apenas pelo poder público e a de que sua superação envolve muitos recursos e esforços extraordinários. Experiências relatadas nesta Folha mostram que o combate à marginalidade social em Nova York vem contando com intensos esforços do poder público e ampla participação da iniciativa privada. (Folha de S. Paulo, 17 dez. 1996)

4. Oposição – O autor cria uma oposição entre as ideias para seguir para a argumentação.

De um lado, professores mal pagos, desestimulados, esquecidos pelo governo. De outro, gastos excessivos com computadores, antenas parabólicas, aparelhos de videocassete. É esse o paradoxo que vive hoje a educação no Brasil.

5. Alusão histórica – O conhecimento dos principais fatos históricos ajuda a iniciar um texto. O leitor é situado no tempo e pode ter uma melhor dimensão do problema.

Após a queda do Muro de Berlim, acabaram-se os antagonismos leste-oeste e o mundo parece ter aberto de vez as portas para a globalização. As fronteiras foram derrubadas e a economia entrou uma rota acelerada de competição.

6. Uma pergunta A pergunta não é respondida de imediato. Ela serve para despertar a atenção do leitor para o tema e será respondida ao longo da argumentação.

Será que é com novos impostos que a saúde melhorará no Brasil? Os contribuintes já estão cansados de tirar dinheiro do bolso para tapar um buraco que parece ao ter fim. A cada ano, somos lesados por novos impostos para alimentar um sistema que só parece piorar.

7. Uma frase nominal seguida de explicação – Usa-se uma frase com núcleo nominal.

Uma tragédia. Essa é a conclusão da própria Secretaria da Avaliação e Informação Educacional do Ministério da Educação e Cultura sobre o desempenho dos alunos do 3º ano de 2ºgrau submetidos ao Saeb (Sistema de Avaliação da Educação Básica), que ainda avaliou estudantes da 4ª série e da 8ª série do 1º grau em todas as regiões do território nacional. (Folha de S. Paulo, 27 nov. 1996)

8. Adjetivação – iniciar uma frase com um adjetivo é a base para desenvolver um tema.

Equivocada e pouco racional. Esta é a verdadeira adjetivação para a política educacional do governo. (Anderson Sanches, INfocus, n.5, ano 1, out. 1996. p.2)

9. Citação – A citação inicial facilita a continuidade do texto, pois ela será retomada.

“As pessoas chegam ao ponto de uma criança morrer e os pais não chorarem mais, trazerem a criança, jogarem num bolo de mortos, virarem as costas e irem embora”. O comentário, do fotógrafo Sebastião Salgado, falando sobre o que viu em Ruanda, é um acicate no estado de letargia ética que domina algumas nações do Primeiro Mundo. (DI FRANCO, C.A. Jornalistmo, ética e qualidade. Rio de Janeiro, Vozes, 1995. 0.73)

10. Citação de forma indireta Esse recurso deve ser usado quando não sabemos textualmente uma citação. É melhor citar de forma indireta do que de forma errada.

“Para Marx a religião é o ópio do povo. Raymond Aron deu o troco: o marxismo é o ópio dos intelectuais. Mas nos Estados Unidos o ópio do povo é mesmo ir às compras. Como as modas americanas são contagiosas, é bom ver de que se trata. (Claudio de Moura e Castro, Veja, 13 nov. 1996)

11. Exposição do ponto de vista oposto – Ao começar o texto com uma opinião contrária, delineia-se de imediato, qual a posição dos autores. O objetivo será refutar os argumentos do opositor, numa espécie de contra-argumentação.

O ministro da Educação se esforça para convencer de que o provão é fundamental para a melhoria da qualidade do ensino superior. Para isso, vem ocupando generosos espaços na mídia e fazendo milionária campanha publicitária, ensinando como gastar mal o dinheiro que deveria ser investido na educação. (Orlando Silva Junior e Eder Roberto Silva, Folha de S. Paulo, 5 nov. 1996)

12. Comparação – para introduzir um tema o autor estabelece comparações.

O tema da reforma agrária está presente há bastante tempo nas discussões sobre os problemas mais graves que afetam o Brasil. Numa comparação entre o movimento pela abolição da escravidão no Brasil, no final do século passado e, atualmente, o movimento pela reforma agrária, podemos perceber algumas semelhanças. Como na época da abolição da escravidão existiam elementos favoráveis e contrários a ela, também hoje há os que são a favor e os que são contra a implantação da reforma agrária no Brasil. (OLIVEIRA, Pérsio Santos de. Introdução à sociologia. São Paulo, Ática, 1991. p.101)

13. Retomada de um provérbio – sempre que você usar esse recurso, não escreva o provérbio simplesmente. Faça um comentário sobre ele para quebrar a ideia de lugar-comum que todos eles trazem.

O corriqueiro adágio de que o pior cego é o que não quer ver se aplica com perfeição na análise sobre o atual estágio da mídia: desconhecer ou tentar ignorar os incríveis avanços tecnológicos de nossos dias, e supor que eles não terão reflexos profundos no futuro dos jornais é simplesmente impossível. (Jayne Sirotsky, Folha de S. Paulo, 5 dez. 1995)

14. Ilustração – Você pode começar narrando um fato para ilustrar o tema.

O Jornal do Comércio, de Manaus, publicou um anúncio em que uma jovem de dezoito anos, já mãe de duas filhas, dizia estar grávida mas não queria a criança. Ela a entregaria a quem se dispusesse a pagar sua ligação de trompas. Preferia dar o filho a ter que fazer um aborto. O tema é tabu no Brasil. (...) (A. C. Viana, O quê, edição de 16 a 22 jul. 1994)

15. Uma sequencia de frases nominais (sem verbo) – Aqui as estruturas frasais devem ser semelhantes, favorecendo o paralelismo.

Desabamento de shopping em Osasco. Morte de velhinhos numa clínica do Rio. Meia centena de mortes numa clínica de hemodiálise em Caruaru. Chacina de sem-terra em Eldorado dos Carajas.

Muitos meses já se passaram e esses fatos continuam impunes.

16. Alusão a um romance, um conto, um poema, um filme – um resumo da obra serve de introdução para desenvolver o tema da intolerância religiosa.

Quem assistiu ao filme A rainha Margot, com a deslumbrante Isabelle Adjani, ainda deve ter os fatos vivos na memória. Na madrugada de 24 de agosto de 1572, as tropas do rei de França, sob ordens de Catarina de Médicis, a rainha-mãe e verdadeira governante, desencadearam uma das mais tenebrosas carnificinas da História. (...)

Desse horror a História do Brasil está praticamente livre (...)

17. Descrição de um fato de forma cinematográfica O parágrafo se desenvolve por meio de flashs, o que dá agilidade ao texto e prende a atenção do leitor.

Madrugada de 11 de agosto. Moema, bairro paulistano de classe média. Choperia Bodega – um bar da moda, frequentado por jovens bem-nascidos.

Um assalto. Cinco ladrões. Todos truculentos. Duas pessoas mortas: Adriana Ciola, 23, e José Renato Tahan, 25. Ela, estudante. Ele, dentista. (Josias de Souza, Folha de S. Paulo, 30 set. 1996)

18. Omissão de dados identificadores­ – Cria-se uma expectativa em relação ao tema.

Mas o que significa, afinal, esta palavra, que virou bandeira da juventude? Com certeza não é algo que se refira somente à política ou às grades decisões do Brasil e do mundo. Segundo Tarcisio Padilha, ética é um estudo filosófico da ação e da conduta humanas cujos valores provêm da própria natureza do homem e se adaptam às mudanças da história e da sociedade. (O Globo, 13 set. 1992)

e. Orientar os alunos a escreverem os aspectos que querem defender sobre o tema, para que possam usá-los para introduzir sua dissertação. Eles podem se orientar pelas questões:

Que questões podem ser feitas acerca do tema?

Que posição vou defender?

Que argumentos vou usar para defender minha opinião?

f. Solicitar aos alunos a produção do primeiro parágrafo.

g. Recolher e fazer intervenções OU corrigir enquanto escrevem, pois eles costumam mostrar assim que acabam.

h. Somente após o aluno ter construído um primeiro parágrafo adequado deve-se pedir que ele desenvolva seus argumentos
i. Explicar os tipos de recursos argumentativos que podem ser utilizados, sugiro a proposta de Sayeg-Siqueira, que segue:

PROCEDIMENTOS ARGUMENTATIVOS

Sempre que um texto é produzido, estabelece-se para ele um leitor, ou um receptor, que pode ser alguém específico, como é o caso de uma carta, ou alguém virtualmente estabelecido, sem que se tenha conhecimento preciso do leitor que se vai ter, ou seja, qualquer um. Mas, tanto faz o tipo de leitor, o importante mesmo é que seja instaurado um processo comunicativo entre autor e leitor, via texto.

Em todo processo comunicativo, informa-se algo para alguém, e o texto é elaborado de forma que o leitor entenda, assimile e a te aceite a informação que está sendo transmitida.

Para que isso aconteça o autor lança mão de procedimentos chamados de Argumentação. O procedimento não é uma característica só do texto dissertativo, mas de qualquer tipo de texto, uma vez que é uma característica inerente à própria linguagem. Dessa forma, podemos dizer que todos os recursos utilizados para se estabelecer uma interação comunicativa é um procedimento argumentativo. Daí ser uma característica da própria linguagem.

Assim, na dissertação, o procedimento argumentativo está diretamente ligado ao tipo de ancoragem apresentado e, principalmente, à opinião formulada, uma vez que entre ancoragem e opinião, existe uma estreita ligação.

1. Argumentação eficaz

São diversos os recursos argumentativos utilizados pelo autor para justificar sua opinião – o importante é a forma como o argumento é apresentado, pois precisa ser consistente, passando para o leitor um valor de verdade.

Quando a opinião formulada pelo autor trouxer dúvida, inquietação, desconhecimento, ela precisa ser justificada e essa justificativa tem de ser condizente com a expectativa criada, ou seja, responder à dúvida, inquietação ou desconhecimento decorrentes.

Se as justificativas apresentadas são adequadas, dizemos que o texto apresenta boa argumentação, ou seja, a opinião do autor foi bem fundamentada e pode levar o outro a compreender a informação transmitida e até a aceitá-la.

Quando isso acontece, dizemos que a argumentação é eficaz e que o texto cumpriu seu objetivo no processo de interação comunicativa entre autor e leitor.

2. A argumentação falaciosa

No entanto, isso nem sempre acontece, muitas vezes, por descuido do autor ao fundamentar sua opinião, ou por falta de conhecimento mais aprofundado sobre o assunto.

Quando a argumentação não é consistente, ou seja, não se fundamenta em bons argumentos, não responde às dúvidas do leitor de forma eficaz, diz-se que é falaciosa, falsa, por não confirmar com justeza a opinião formulada pelo autor.

Assim, devemos nos preocupar com dois aspectos ao escrever um texto dissertativo: a falácia e eficácia.

RECURSOS ARGUMENTATIVOS PARA FUNDAMENTAR UMA OPINIÃO

1. Exemplificação

Quando a opinião formulada é possível de ser ilustrada, adota-se o recurso argumentativo da exemplificação. Isso porque a opinião formulada é passível de ser ilustrada, uma vez que ela apresenta uma completude significativa.

2. Explicitação

Quando a opinião fala de conceitos que não são explícitos, ou seja, totalmente claros, o mais adequado é utilizar o recurso da explicitação, pois ele permite que sejam feitas inferências sobre o tema abordado.

3. Enumeração

Quando se sabe exatamente a quantidade de fatores a serem discutidos e defendidos acerca da opinião, utilizamos o recurso da enumeração, no qual não devemos nos esquecer de deixar claros quais são os fatores e nem de explicitar cada um deles.

4. Comparação

Quando se faz referência ao passado ou a outras culturas, situações se pode adotar o recurso da comparação, de forma a estabelecer um paralelo entre a opinião defendida e a referência citada, garantindo com isso a credibilidade da opinião.

A ARGUMENTAÇÃO MAIS EFICAZ E CONSISTENTE

Para tornar o recurso argumentativo mais sólido, cumprindo assim, com maior eficácia, sua função, pode-se expandi-lo através de diferentes meios: ordenação, classificação, hierarquização, causa, consequência, definição, qualificação, interpretação, tempo, espaço, dados estatísticos, testemunhos, analogia, contraste etc.

1. Exemplificação por hierarquização e dados estatísticos

A hierarquização decorre da relação do mais genérico (geral) para o mais específico. Aqui, os dados estatísticos são mostrados pelos números e pela porcentagem.

2. Exemplificação por apresentação de causas

O autor apresenta exemplos e para esclarecê-los levanta causas que o justifiquem.

3. Explicitação por definição e testemunho

O autor procura explicitar um “porquê” buscando estabelecer para ela uma definição mais precisa, apoiando-se, inclusive, em testemunhos de culturas diversas, como indianos, chineses etc.

4. Explicitação por interpretação

O autor tenta explicar algo explicitando-o através de interpretações, a partir de diversos fatores.

5. Enumeração de fatores por sequência de tempo

Faz-se uma enumeração apresentando as datas (ou períodos temporais) em que ocorreram.

6. Enumeração de fatos por sequência de lugares

O autor apresenta uma sequência de lugares que marcam o percurso espacial percorrido por um determinado fator. A enumeração NÃO é marcada por numerais (elementos de valor numérico), mas por advérbios que exercem a mesma função: “inicialmente”, “depois” e “finalmente”, por exemplo.

7. Comparação por analogia

O autor compara, por traços semelhantes.

Analogia: s.f. Relação, semelhança de uma coisa com outra: analogia de formas, de gostos. http://www.dicio.com.br/analogia/

8. Comparação por contraste

A autora compara duas tendências diversas acerca de um assunto partindo de seus aspectos diferentes e contrastivos.

j. Os alunos, então, devem retomar suas anotações, construindo, a partir da proposta do primeiro parágrafo os parágrafos argumentativos defendendo a posição assumida.

k. A partir disso, pode-se fazer intervenções antes ou depois de propor a construção da conclusão, sugiro abordar as formas propostas também por Sayeg-Siqueira, veja:

COMO ELABORAR UMA CONCLUSÃO

A conclusão, no texto dissertativo, é apresentada como um resultado, decorrente da ancoragem proposta, da opinião formulada e dos recursos argumentativos apresentados.

Esse resultado é uma espécie de reexame da ancoragem proposta frente à opinião formulada. Assim, constrói um novo valor conceitual para a abordagem dada ao assunto, atribuindo novos valores, acrescentando novos dados, propondo novas características, enfim, alterando-as e expandindo-a.

1. Síntese

A síntese é um sumário, um resumo calcado na informação selecionada dentre aquelas que expandiram o texto, geralmente através de uma palavra, de uma frase ou de um período curto.

Quando as diversas explicitações não o conduzem a uma resposta possível, dado o número de definições ser ilimitado. Pode-se, portanto, procurar o que é indispensável apresentando nova enumeração organizada a partir de um cancelamento (eliminação) que vai resultando numa seleção.

Feitos os cancelamentos, chega uma síntese dos elementos necessários para se ter uma definição do objeto discutido.

2. Agregação

A agregação é proposta a partir de um processo de associação, de reunião, enfim, da junção numa só palavra ou numa só frase dos aspectos mais relevantes das informações dadas no texto. Ao elaborar a conclusão por agregação, o autor tem a intenção de propor uma nova ideia, mais abrangente, mais concisa, que abarque e transforme as informações apresentadas.

Na síntese, o autor faz uma retomada seletiva dos aspectos mencionados mais relevantes e os apresenta; na agregação, não são retomadas alguns aspectos, mas uma ideia mais abrangente é apresentada.

3. Inferência

A inferência apresenta um fechamento para o texto, decorrente de uma dedução. A partir das informações levantadas, deduz-se uma conclusão através do raciocínio, podendo-se, inclusive, operar com dados que não foram explicitados no texto.

Para justificar sua opinião, o autor monta um jogo de causas e consequências, a fim de consolidar sua opinião, frente a isso, faz deduções e hipotetiza sobre a possibilidade de um futuro melhor e alerta sobre um possível fracasso.

Assim, podemos dizer que a conclusão é proposta a partir de inferências, ou seja, colocações deduzidas, a serem confirmadas.

4. Relação de causa e consequência

A relação de causa e consequência apresenta um fato, ou uma atitude, ou uma razão, enfim, um motivo do qual decorre um determinado efeito.

l. Os alunos devem então definir um título para seu texto, lembrando-se de que ele deve ser significativo e contemplar o tema.

m. Em seguida, é interessante propor aos alunos uma releitura da dissertação, fazendo eventuais correções e solicitar que façam trocas entre duplas para receber sugestões também dos colegas.

7 Bibliografia

VALENÇA, Ana; CARDOSO, Denise Porto; MACHADO; Sonia Maria; VIANA, Antonio Carlos (coord.). Roteiro de redação – Lendo e argumentando. 1ªed. São Paulo: Editora Scipione, 1998.

SAYEG-SIQUEIRA, João Hilton. Organização do Texto Dissertativo. 1ª ed. São Paulo: Selinunte, 1995.

26 comentários:

  1. Quel, peço permissão para copiar esse material para trabalhar a produção de textos nas turmas de engenharia (estou dando aulas de economia agora nas engenharias). É um pessoal com qualidades intelectuais bem interessantes. Infelizmente, o histórco dos seus cursos (são alunos das várias engenharias)retirou a escrita como prioridade mínima (sem falar na leitura). Na verdade, esse não é um problema das "exatas". Ele é geral. A diferença é que nas "humanas" a obrigatorieadade de ler leva a escrever. Mas é uma escrita puramente intuitiva (como meus vômitos). Belíssimo material. Parabéns! Buca

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  2. Oie Buca!

    Claro que pode copiar...

    vou te mandar um e-mail com algumas atividades bem legais e uma pequena apostila sobre produção de textos...

    bjks

    Quel

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    1. RAQUEL,VOCÊ PODE ME MANDAR A MESMA APOSTILA SOBRE PRODUÇÕES DE TEXTOS, QUE SERÁ ENVIADA PARA O nABUCO?
      OBRIGADA, DESDE JÁ!

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    2. Raquel também gostaria de receber o material.
      e-mail. tete-vasconcellos@hotmail.com
      Grata.

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    3. Olá Raquel, gostaria que me enviasse , se possível o material no email silvanacattelan@hotmail.com , obrigada

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    4. Parabéns Raquel pelo excelente trabalho. Ficaria grata se me enviasse o material que ofereceu ao Nabuco. Email: msampaiocardoso@hotmail.com

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  3. Raquel me responde uma dúvida:

    Tipo assim o texto dissertativo é dividido em introdução, 3 desenvolvimento e a conclusão.
    Até ai tudo bem! Isso é a base pra fazer uma boa redação no vestibular.

    Só que agora na faculdade a professora de portugues instrumental colocou na prova dela 3 textos e pediu pra classificar as conclusões?

    Como é que é isso? Como é que as conclusões se classificam?



    Me ajuda!!!

    Valeu, abraço.

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    Respostas
    1. Olá Dennys

      Os textos dissertativos podem ser finalizados de forma diferente, para fazer o exercício solicitado pela professora é preciso saber em qual texto ou teoria ela está se baseando para analisar as conclusões dos textos. Aqui no Blog adotamos a teoria proposta por Antonio Carlos Viana, em que a conclusão pode ser realizada por Síntese (resumo das ideias apresentadas); Agregação (acréscimo de ideia nova, mas relacionada ao texto, pode ser uma intervenção, por exemplo); Inferência (dedução através do raciocínio lógico); ou, Relação de causa e consequência (motivo).

      Por fim, vale lembrar que um texto pode apresentar mais de um tipo de conclusão...

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  4. GOSTEI MUITÍSSIMO DAS DICAS E ESCLARECIMENTOS. SE POSSÍVEL MIM ENVIE ALGUMAS DICAS DE ATIVIDADES.
    DESDE JÁ AGRADEÇO.

    GEORGE FERNANDES SILVA

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  5. HÁ TEMPOS QUE PROCURAVA UM MATERIAL DESDE NÍVEL. QUE BOM QUE ENCONTREI

    ResponderExcluir
  6. Oi Raquel que bom que achei seu espero que possa me ajudar, tenho um trabalho a fazer que e elaborar uma proposta de produção de um texto dissertativo-argumentativo que deverá constar:
    1.Pesquisa e análise de dados
    -Introdução(contextualização do tema)
    -Título do texto
    -Seleção de textos variados (coletânia) sobre o tema
    2.Elaboração do texto (Indicar estas questões , a fim de facilitar a produção escrita)
    -Análise articulada da questão tematizada
    -Qual o ponto de vista (tese) que se pretende defender
    -Esquema do encaminhamento analítico que se pretende desenvolver
    -Aspecto formal do texto
    -Criação do título que sintetize o tema abordado e o foco da análise desenvolvida
    Espero que possa me ajudadr desde ja mto obrigada
    meu email e josy.1309@hotmail.com

    ResponderExcluir
  7. Oi Raquel que bom que achei seu espero que possa me ajudar, tenho um trabalho a fazer que e elaborar uma proposta de produção de um texto dissertativo-argumentativo que deverá constar:
    1.Pesquisa e análise de dados
    -Introdução(contextualização do tema)
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    2.Elaboração do texto (Indicar estas questões , a fim de facilitar a produção escrita)
    -Análise articulada da questão tematizada
    -Qual o ponto de vista (tese) que se pretende defender
    -Esquema do encaminhamento analítico que se pretende desenvolver
    -Aspecto formal do texto
    -Criação do título que sintetize o tema abordado e o foco da análise desenvolvida
    Espero que possa me ajudadr desde ja mto obrigada
    meu email e maga.aqda@hotmail.com

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  8. Oi Raquel gostei muito do seu material de produçaõ de texto argumentativo. Estou trabalhando com turmas de 6º ano- fundamental II e gostaria que vc me enviasse material para trabalhar com eles produçao de texto, interpretação e leitura. Desde já agradeço.Meu e-mail é bianajs22@yahoo.com.br

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  9. Oi Raquel que bom que achei seu blog espero que possa me ajudar, tenho um trabalho a fazer que e elaborar uma proposta de produção de um texto dissertativo-argumentativo que deverá constar:
    1.Pesquisa e análise de dados
    -Introdução(contextualização do tema)
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    -Análise articulada da questão tematizada
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    -Aspecto formal do texto
    -Criação do título que sintetize o tema abordado e o foco da análise desenvolvida
    Espero que possa me ajudadr desde ja mto obrigada
    meu email e florasantina@hotmail.com

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  10. Raquel, posso copiar esse trabalho, estou tendo muitas dificuldades para fazer com que meus alunos produzam textos!preciso de ajuda!Obrigada!

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  11. Oi Raquel que bom que achei seu espero que possa me ajudar, tenho um trabalho a fazer que e elaborar uma proposta de produção de um texto dissertativo-argumentativo que deverá constar:
    1.Pesquisa e análise de dados
    -Introdução(contextualização do tema)
    -Título do texto
    -Seleção de textos variados (coletânia) sobre o tema
    2.Elaboração do texto (Indicar estas questões , a fim de facilitar a produção escrita)
    -Análise articulada da questão tematizada
    -Qual o ponto de vista (tese) que se pretende defender
    -Esquema do encaminhamento analítico que se pretende desenvolver
    -Aspecto formal do texto
    -Criação do título que sintetize o tema abordado e o foco da análise desenvolvida
    Espero que possa me ajudadr desde ja mto obrigada eliana_alves27@hotmail.com

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    Respostas
    1. Raquel, excelente texto para estudo. Posso repassar para meus alunos? Gostaria de receber a sua apostila de produção textual, ok?

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  12. Oi Raquel! Parabéns pelo blog. Excelente proposta. peço autorização para copiá-la.
    Se puder, compartilhe mais algum material sobre produção textual.
    Obrigado!

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    Respostas
    1. Caso queira receber o material que tenho aqui me mande seu email... Mas pode copiar sim!
      abç

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  13. Olá, Raquel! Você também pode me enviar essa apostila? Meu e-mail é marloncassio@live.com Abraços.

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  14. Raquel,gostaria de receber atividades e a apostila DE PRODUÇÃO TEXTUAL.PRECISO DE AJUDA
    EMAIL-mariluszymczak@hotmail.com

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  15. RAQUEL,gostaria de receber atividades e a apostila DE Produção de Textos dissertativos argumentativos. Estou trabalhando com aulas de reforço e preparação para o ENEM e preciso muito ajudar meus alunos. Será que tem como você fazer isto por mim?
    Muito obrigada, desde já.

    E-mail: angela.santos@ifmg.edu.br

    ResponderExcluir
  16. RAQUEL,gostaria de receber atividades e a apostila DE Produção de Textos dissertativos argumentativos. Estou trabalhando com aulas de reforço e preparação para o ENEM e preciso muito ajudar meus alunos. Será que tem como você fazer isto por mim?
    Muito obrigada, desde já.

    E-mail: angela.santos@ifmg.edu.br

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