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domingo, 18 de abril de 2010

Deixa

Deixa que eu deite em seu colo

sentindo suas coxas seguras

e seu carinho em meu cabelo

me fazendo lembrar do que nunca tive...

Deixa o tempo celeste dos relógios

passar como se não fosse hora

Inês já é mesmo morta

ama, pois, a mim...

deixa eu amar a ti...

Repousa seus pensamentos em meus olhos

Olhos profundos

de pássaro demente

Porque eu já não sou milagre

E só preciso de um colo,

colo companheiro...

Deixa-me deitar em seu colo

Cochilar como uma mariposa silente

Na parede iluminada de incandescencia

Repousa em meu peito sua mão doce

Dorme em meu sonho,

só não me deixa...


Raquel Donegá

Respeite os direitos autorais.

3 comentários:

  1. Gostei da suavidade dessa poesia que com graça pede pelas carícias, deixando-se envolver pelo companheirismo e bons momentos marcantes que pedem uma durabilidade entre tantas tribulações da vida, que esta tanto nos açoita esfregando o sal grosso da realidade em nossas feridas.

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  2. Resposta à "Deixa"

    só não me deixa...


    Sim, Mariposa, deixarei você descansar,
    mas com uma condição:
    Que seus olhos estejam, para mim,
    eternamente abertos,
    para que eu me delicie em su'alma.

    Não ligue para o tempo...
    Ele é ilusão... Não percebe?

    Se você realmente me ama,
    mesmo que não se lembre,
    você sempre me amou,
    pois o Amor é eterno...

    Ah! E tem mais...
    Inês ainda vive.
    A culpa? Dos eternos amantes!

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