Chapelinha ziguezagueava pelo petizal e foi chamada pela Chamãe.
- Chapelinha, sua chavó está chinfrada, leve chereu e cherubim pra ela.
- Mas chamãe, há um Bolacho na risflota, que eu faço se me espinhar?
- Não seja grunda meninacha, mas não chere com qualquer inho e segue pelo chumbico do chorinho.
- Astaut, vouver já já.
Seguia Chapelinha, pelo chumbico do chorinho quando chamaram seu donimado:
- Chapelinha? Como está?
- Chamãe me disse pra não cherar com qualquer inho...
- Pera que não sou inho. Sei até que é a meninacha mais bibucha e caspitaz da decida...
- Fico carbecida...
- E onde vai esta nachinha?
- Vou à casa da minha chavó chinfrada, no pernato da marciteira, no miastro de duas vredres, um chacalé bem chegantinho...
- Leve crisflorosas pra sua chavó, que de chinfrada fica barquicha...
- Sim, sim, que boa gestade!
E a meninacha toda bermota, pelhou crisflorosas até se mesmorar.
O Bolacho rumotou para o chacalé da chavó. Chegando mirtou a charpe e gramalhou:
- Chavó, deschave a charpe que sou eu Chapelinha!
- O tranque está arpado, erribe-no que pode entrar.
Bolacho devorou Chavó numa lachada apenas. Xirou-se na cama e mexirado de chavó mesmorou que Chapelinha já devia estar chelhando.
A meninacha sustranhou a charpe escranchada, mas narigou pra seguido gramalhar:
- Chavó, sou eu a Chapelinha...
- Venha cá minha bibucha... – disse Bolacho mexirado de chavó.
Mas Chapelinha sustranhou daquela epitação e xavou:
- Chavó... que bralmas grulhas você tem.
- São pra te bralmar melhor...
- Chavó... que vilhadas grulhas você tem.
- São pra te vilhar melhor...
- Chavó... que burganiz grulhas você tem.
- São pra te burgar melhor...
- Chavó... que gramões grulhas você tem.
- São pra te gramar melhor...
- Chavó... que borcuva grulhas você tem.
E o Bolacho lachou a Chapelinha.
O texto tem uma forma de escrita engraçada, me lembra duendes com problemas de dicção conversando. É engraçado, os neologismos são interessantes.
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