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domingo, 21 de fevereiro de 2010

Não tema as palavras

É preciso não temer as palavras

Ouvir o grito do nosso ego

Deixar-se ser cego, surdo, mudo, burro

Porque nisso reside o ser

Deixar-se ser pedra, ar, água

Para que a poesia surja limpa

Higiênica, inocente, santa

Ou mesmo suja, maculada e vil

Ser começo, meio e fim

Mergulhar em dicionários ou livros

Navegar em músicas ou poesias

Voar entre morfemas, fonemas e sílabas

Viajar entre os séculos e os países

Desenterrando vocábulos

Dando passaporte a expressões estrangeiras

Abrigando em nossos textos as rejeitadas

A poesia me acordou essa noite me dizendo

Que é preciso não temer as palavras

Não tema as palavras...

... Não tema as palavras...!

Mas eu temo

Eu temo que na ânsia de fazê-las viver

Nós a matemos

Um comentário:

  1. Palavras não me amedrontam e elas tem poder, não temo o poder pois busco o conhecimento e os prazeres. É importante ser um escritor sem medo de letras e palavras, um aventureiro nas artes vivendo cada momento e expressando o que temos por dentro pelas nossas artes.

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